O Ave Migratória

Assim como as aves migratórias precisam percorrer longas distâncias para garantir a sua sobrevivência, nós, seres humanos, precisamos viajar, conhecer culturas, lugares e pessoas diferentes. Desta forma teremos maiores possibilidades de rever nossos valores e crenças. Ave Migratória, viagens, cultura, lugares, pessoas e arte do Brasil e do mundo.

domingo, 31 de maio de 2009

Bikaner

Chegamos em Délhi e pegamos estrada para Bikaner. Ao entrarmos na região do Rajasthan a paisagem muda completamente. Pela janela do carro é possível se ver o deserto dos dois lados da estrada e muitos camelos puxando carroças enormes. As mulheres com seus sáris maravilhosamente coloridos contrastam com a cor da areia do deserto.

Depois de quase oito horas de viagem chegamos em Bikaner. O hotel onde nos hospedamos parecia um castelo das mil e uma noites.



Depois de uma noite de descanso começamos a visitar os pontos turísticos da cidade:

Junagarh Forte
O forte é imenso e muito bonito. Seus muros chamam a atenção pelo tamanho.









Dentro do forte um templo dedicado a Ganesha onde as pessoas fazem fila para deixar suas oferendas ao Deus da prosperidade e da riqueza.




Templo Karni Mata ou Templo dos Ratos
Os devotos que visitam este templo acreditam que os ratos são reencarnação de homens santos. Considerados sagrados, dentro do templo os ratos são alimentados com leite e doces.















No salão principal do tempo pessoas fazem fila para tocar um sino de prata e fazer suas oferendas aos bichinhos.





Amritsar

Lucky (nosso motorista) nos levou até a estação de trem de Délhi para pegarmos o trem para Amritsar. A viagem é curta, o trem é de alta velocidade, confortável e com um serviço de bordo de qualidade o que proporcionou uma viagem muito tranqüila.
Trem de Délhi para Amritsar
Chegando em Amritsar o outro motorista que nos pegaria na estação não estava lá. Momento tenso pois não sabíamos onde era o hotel e muitos indianos nos cercavam como se fôssemos de outro planeta. Escreverei um post especial sobre o chamado efeito ET e o olhar dos indianos.

Ficamos meio sem rumo e resolvemos ligar para a agência de turismo para entrar em contato com o motorista e avisar que já estávamos lá. Enquanto ficamos esperando, muitas pessoas nos observavam e pediam esmolas. Entre elas um garoto todo deformado que me fez ficar de pernas bambas.

Chegamos no hotel e mais uma vez estranhamos a solicitude dos indianos. Fica difícil saber que está querendo agradar e que está querendo passar a perna. Deixamos as coisas no hotel e fomos ao Templo de Ouro, principal ponto turístico da cidade.

Ao chegar no templo tivemos que tirar os sapatos como na grande maioria dos templos indianos. Compramos um lenço pois no Templo de Ouro só é permitido entrar descalço e com a cabeça coberta.

Na entrada do templo passamos por um tanque de água raso onde as pessoas lavam seus pés. O Templo de Ouro é dedicado aos Siques, religião contrária à adoração de ídolos, ao sistema de castas e que acredita em um Deus sem forma. É muito fácil identificar os Siques com seus turbantes típicos e barbas cheias.

Ao entrar no templo, apesar dele ser um pouco menor do que imaginei, percebi que era de uma beleza estonteante. Parecia que o ouro do templo refletia a luz do sol e o mármore o branco das nuvens. E acredite, o segundo andar da cúpula principal do templo é de ouro maciço.




Dentro do templo a fé das pessoas chega a ser assustadora. Milhares de pessoas passam por ali todos os dias. Todas as pessoas que trabalham no templo, na sua limpeza e conservação, trabalham voluntariamente. Os Siques acreditam que o trabalho voluntário é uma forma de aprender a servir o outro. Além disso, dentro do templo existe uma cozinha voluntária onde são servidas aproximadamente 10.000 refeições todos os dias. A refeição oferecida no templo é o Dal-roti, prato preparado com curry de lentilha e pão.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Chegada em Délhi

Depois de mais de 20 horas de vôo cheguei em Délhi. Medo, angústia e felicidade se misturavam.

O aeroporto de Délhi é enorme e muito bonito por sinal. Ao desembarcar, procurando pelas mochilas nas esteiras do aeroporto, as encontrei do outro lado do salão, no chão. As funcionárias do aeroporto vão retirando todas as malas e colocando no chão até que seus donos ou outra pessoa qualquer as leve sem exigir nenhum comprovante de bagagens.

Ao sair do aeroporto o primeiro impacto, a cidade de Délhi durante a noite é esfumaçada, com luzes amarelas e um cheiro bem característico que eu não soube identificar com o que se parece. As pessoas nas ruas, os homens de mãos dadas, os carros e até o próprio motorista do táxi parecem irreais. A sensação que se tem é de que você está dentro de um documentário do qual sempre teve vontade de participar e quando ele acontece você fica sem saber o que fazer. Quando se vai para a Índia, por mais que você tenha lido ou estudado a respeito deste país, aqui, a realidade é muito diferente. O choque cultural, aliado ao fuso horário, te deixam completamente fora do eixo.


Rua do hotel onde me hospedei em Délhi.





No café da manhã conhecemos um irlandês, Mark McGill, que estava tão perdido quanto a gente. Procuramos informações na recepção do hotel e acabamos contratando um motorista para um city tur:

Jami Masjid
Uma das maiores mesquitas da Índia toda construída em arenito e mármore. Ao entrar na mesquita foi cobrada uma taxa de 200 rúpias para poder tirar fotos. Em boa parte dos pontos turísticos da índia é necessário pagar a taxa fotográfica.







Red Fort
Enorme e imponente, todo construído em arenito vermelho, o que deu origem ao seu nome.






Chandni Chowk
Complexo comercial nas ruas da Velha Délhi onde se concentram um número enorme de comércio e templos. Gente..... muita gente..... muito mais do que você imagina.



Rajghat
Local de cremação de Gandhi localizado dentro de um parque com muito verde. O parque é muito bonito e bem silencioso se comparado com o restante da cidade.









Índia Gate
Arco de arenito vermelho erguido em homenagem aos soldados indianos e britânicos que morreram na primeira guerra mundial.








Em todos os pontos turísticos da Índia os vendedores ambulantes tentam empurrar de tudo. Eles são muito insistentes, mas com o tempo você se acostuma. Este estava tendando convencer o Allysson a comprar um pirocóptero (para quem não se lembra é aquele pirulito antigo que vinha com uma hélice).




Vijay Chowk
Esplanada dos ministérios indiana.







No segundo dia de viagem já estávamos um pouco mais acostumados com o ritmo louco de Délhi. Fomos até uma agência de turismo onde conhecemos Mustafá, um indiano que parecia querer nos passar a perna, mas acabamos fechando um pacote para facilitar a nossa viagem e conseguir cumprir o trajeto planejado.

Fomos apresentados ao motorista que viajaria com a gente, Lucky. Depois de apresentados fomos conhecer mais alguns pontos turísticos de Délhi:

Qutb Minar
Monumento grandioso, marco do primeiro reino mulçumano no norte da Índia.











Lakshmi Templo
Templo dedicado a Lakishmi, deusa da beleza e da fartura, esposa do deus Vishnu. O templo é lindo, todo em arenito e seu interior de mármore. Possui um lindo jardim com lindas esculturas.










Lótus Templo
O Lótus Templo é lindo com sua cúpula de mármore em formato de flor de lótus. Dentro do templo é realizada uma cerimônia rápida, uma espécie de benção, mas não entendi nada porque é toda realizada em hindi. Mesmo assim valeu muito ir até lá.